Com o Open Finance evoluindo a cada dia e revolucionando o mercado financeiro, surge uma demanda: um maior controle sobre o espaço de inovação. Com isso, bancos estão integrando diferentes fornecedores de tecnologia para criar soluções personalizadas às suas necessidades. O Sandbox surge para suprir os desafios relacionados à falta de sustentabilidade e inovação, pois, com o surgimento de infraestruturas inovadoras, o mercado necessitava de adaptação.
O que é o Sandbox Regulatório
O Sandbox foi incorporado ao mercado financeiro, mas essencialmente é uma técnica proveniente da ciência da computação. Ela permite que produtos e serviços novos sejam testados em um ambiente controlado. Para o sistema financeiro, isso significa que empresas poderão colocar à prova seu trabalho com clientes reais, observando riscos e processos. Esse termo faz referência às caixas de areia em que crianças brincam em parques, sempre acompanhadas de seus pais.
A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido foi pioneira, trazendo o primeiro Sandbox regulatório do mundo em 2015. Até o momento, mais de 50 países adotaram Sandboxes. De acordo com o Financial Conduct Authority (FCA), entidade que regula os serviços financeiros no Reino Unido, seu papel é:
👩 Proteger os consumidores;
🏭 Manter a indústria estável;
🥊Promover uma competição saudável entre os provedores de serviços financeiros;
💸 Reduzir os custos e o tempo de entrada de inovações no mercado;
🏦 Maior possibilidade de direcionar investimentos para projetos revolucionários.
O Brasil possui algumas iniciativas de Sandbox Regulatório disponíveis: Susep (Superintendência de Seguros Privados), CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Banco Central, que foi descrita acima.
Como funciona
Quando uma empresa opta pelo uso do Sandbox, ela fica sujeita a regulações e podem também receber diretrizes personalizadas de como interpretá-las e colocá-las em prática.
Do lado dos órgãos reguladores há a regulamentação dos projetos, identificando possíveis riscos. No Brasil, com o Sandbox Regulatório do Banco Central, caso seja observada qualquer irregularidade, a entidade poderá estabelecer limites para o projeto, além de determinar melhorias.
Muitas vezes o Sandbox Regulatório do Banco Central é confundido com o LIFT, Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. A diferença encontra-se principalmente no amadurecimento do projeto, dado que projetos inovadores já estabelecidos, de pessoas jurídicas e que podem já oferecer seus produtos e serviços para usuários são tratados pelo Sandbox.
Um Sandbox deve conter:
🔓 Acessibilidade: Deve ser um sistema de integração fácil, simplificado para empresas de todos os tamanhos, mesmo porque fintechs em fase de desenvolvimento o utilizarão;
👥Ambiente colaborativo: Ele deve fornecer todas as ferramentas para que desenvolvedores criem e compartilhem códigos, troquem informações e desenvolvam uma solução verdadeiramente personalizada baseada em dados.
Sandbox Regulatório
Como dito, enquanto uma área para testes, o Sandbox permite que entidades testem projetos inovadores. Na área financeira, o Sandbox regulatório possibilita que essas experiências sejam regulamentadas e aconteçam em um período determinado.
No que tange a inovação e diversidade de modelos de negócios financeiros, o Sandbox estimula a concorrência e coloca o usuário enquanto detentor de necessidades diversas a serem sanadas por novos produtos e serviços. Isso traz mais sustentabilidade para o mercado, o qual deve sempre estar em constante evolução de modo a trazer melhorias e revoluções financeiras.
Nesse setor, também há maior chance de financiamento nos estágios iniciais de desenvolvimento de diferentes players, como bancos, fundos de patrimônio privado e capital de risco. Um estudo da VOX (Reino Unido) analisou como a entrada no Sandbox Regulatório da FCA afetava a capacidade de levantamento de capital e o resultado foi animador: a entrada no Sandbox está associada a um aumento de cerca de 50% na probabilidade de captação de capital.
Portanto, o objetivo principal de um Sandbox é o alinhamento entre a regulamentação e o crescimento de empresas, sem que haja um excesso de regras, mas ao mesmo tempo prezando pela segurança do cliente, uma vez que essas novas soluções são testadas em um ambiente isolado e supervisionado (o sandbox), até que seja considerado seguro para implementar para consumidores em geral. Além disso, tem-se a atração de investidores em potencial, dado que muitos hesitam em colocar seu dinheiro em algo que não está apropriadamente regulamentado, mas também não desejam investir em um negócio super regulado.
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Julia
